Por que a igreja não vende seus tesouros e doa aos pobres?

 



Por que a Igreja não vende todos os seus tesouros e doa aos pobres, ao invés de apenas orar pelos famintos?

Sou contra a ganância religiosa, contra os falsos mestres que exploram suas ovelhas, contra o foco excessivo em bens materiais e a negligência do espiritual. No entanto, essa acusação de que a Igreja deveria vender tudo o que tem para acabar com a fome não se sustenta. A Igreja Católica não precisa vender suas catedrais, assim como a Igreja Evangélica também não.

A oração não é uma desculpa para a inação — pelo contrário, ela é um pedido de ajuda a Deus e uma expressão de compaixão pelos necessitados. Mas isso não significa que os cristãos se limitam a rezar. Muito pelo contrário: a Igreja é a maior instituição de caridade do planeta.

Cristãos fundam orfanatos, resgatam viciados em drogas, criam escolas, montam grupos de combate à fome e ao abuso. Muitos doam quantias significativas do próprio bolso, enquanto outros dedicam suas vidas como missionários, trabalhando de graça, enfrentando perigos e dificuldades em zonas isoladas. São, muitas vezes, os primeiros a chegar e os últimos a sair em locais assolados por tragédias.

E o que fazem aqueles que criticam? Zombam do dízimo — justamente o que sustenta muitas dessas ações — e apontam qualquer erro dessas instituições, mas, na grande maioria das vezes, não movem um dedo para ajudar.

A hipocrisia da crítica seletiva

Muitos céticos, em sua fúria por "justiça" (estranho, já que rejeitam valores morais absolutos), exigem que a Igreja venda seus templos e tesouros. Mas alguém já os viu clamando para que o Museu do Louvre venda suas obras para alimentar os famintos? Já cobraram que as estátuas religiosas na China ou em Singapura sejam leiloadas? O problema para eles nunca é o patrimônio de qualquer outra instituição — somente o cristianismo os incomoda.

Mas será que dinheiro é mesmo o problema?

A fome não existe por falta de dinheiro

Quanto já foi enviado por igrejas e organizações cristãs para combater a fome, sem sucesso definitivo? Bilhões de dólares.

O problema nunca foi a falta de dinheiro. A fome persiste devido a corrupção, exploração, governos irresponsáveis, violência, falta de oportunidades e má distribuição de recursos.

Se dinheiro fosse a solução, ninguém passaria fome em um mundo onde toneladas de comida são jogadas no lixo todos os dias. Quantas vezes você mesmo já viu comida estragar na geladeira? O problema não é financeiroé moral e estrutural. Mesmo que a Igreja vendesse tudo e distribuísse o dinheiro, no dia seguinte ainda haveria fome, pois os problemas não se limitam à ausência de recursos, mas à dureza do coração humano.

Por isso, a verdadeira missão da Igreja não é apenas alimentar corpos, mas salvar almas. A fome física precisa ser combatida, mas a maior miséria do ser humano é espiritual.

Ajudar vai além de doar dinheiro

Ter uma casa melhor, fazer uma viagem com a família — nada disso é pecado. O que importa é não esquecer de ajudar constantemente os necessitados. Mas será que vender tudo e doar resolveria o problema? Nem sempre.

O auxílio financeiro nem sempre é a solução definitiva para a pobreza. Muitas vezes, é necessário algo mais: oportunidades, apoio, capacitação, atenção e tempo. Ajudar não pode ser apenas um cheque assinado para aliviar a consciência. Doar dinheiro é fácil; difícil é se envolver na transformação da vida de alguém.

Na verdade, muitos governos e organizações até torcem o nariz quando filantropos tentam ajudar povos vulneráveis. Um exemplo disso foi o caso do YouTuber MrBeast, que se engajou na construção de poços de água para comunidades na África e acabou sendo duramente criticado por muitos, sob a alegação de que estaria estereotipando o povo. Isso mostra como muita gente lucra com a fome e a pobreza no mundo. Muitos grupos se beneficiam de uma população dependente, que pode ser facilmente manipulada e explorada em troca da satisfação de necessidades básicas. Quando esses exploradores são governos, eles detestam que alguém exponha a realidade de seus territórios como "pobres" e preferem propagar mentiras para fingir que estão fazendo algo.

A Igreja faz, mas não pode resolver todos os problemas do mundo

A Igreja não é uma instituição obrigada a resolver todos os males da humanidade. Ela faz porque tem um papel nisso, mas seu foco não é ser um governo assistencialista, e sim trabalhar pela transformação espiritual das pessoas.

Nada que fizermos eliminará definitivamente o sofrimento no mundo. A raiz dos problemas não é a falta de dinheiro, mas o pecado humano.

Sim, o cristão deve ajudar sua comunidade, oferecer alimento, procurar emprego para o necessitado, buscar capacitação para quem precisa. Mas muitas vezes, a miséria não é apenas financeira, e preferimos dar dinheiro porque isso nos exime da responsabilidade de estar presentes, de ensinar e de cuidar.

Na próxima vez que alguém criticar a Igreja por não vender tudo o que tem, peça para que primeiro venda o próprio iPhone e doe o dinheiro. Afinal, é fácil exigir sacrifícios dos outros quando não estamos dispostos a abrir mão do que é nosso.


Palavra-chave: Igreja, tesouros, doações, pobres, caridade, patrimônio, bens, história, evangelização, manutenção, cultura, arte sacra, fé, administração, legado, assistência, doutrina, moral, ensino, responsabilidade.

Postar um comentário

0 Comentários

Ad Code

Responsive Advertisement