Por que Deus nos criou sabendo que seríamos imperfeitos?

 

Por que Deus nos criou sabendo que iríamos ser imperfeitos?

O problema dessa questão é que ela parte do pressuposto de que a imperfeição e o pecado humano são a condição final e definitiva da humanidade. Mas isso não é verdade. O ser humano e toda a criação serão restaurados junto a Deus — e foi por esse propósito que Deus nos criou.

Deus não precisa de outro ser para ter liberdade ou ser perfeito. No entanto, o ser humano, como criatura, é dependente d'Ele. Precisamos da ação divina para alcançar a perfeição. Por isso, a liberdade e a perfeição humanas só podem ser plenamente realizadas por meio da restauração que Deus opera em nós. É nesse contexto que o mal é temporariamente tolerado: porque faz parte de um processo.

Há muitas coisas na criação que já foram feitas prontas e, à sua maneira, glorificam a Deus — como as pedras, os rios, os animais, os vegetais, os astros... Todos eles louvam ao Senhor em sua existência. Mas os seres humanos possuem algo único: a liberdade. Essa é a nossa forma particular de glorificar a Deus. Ele nos fez capazes de atos livres, de fazer escolhas.

A revolta daquele que questiona isso, parte do desejo de ser como uma pedra — algo sem liberdade e, portanto, sem responsabilidade. Mas não fomos criados para isso. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Ele quis que fôssemos assim, Ele quis que fôssemos livres como Ele é. Para que a perfeição ocorra em seres livres, ela precisa do processo. Essa revolta, no fundo, se assemelha à do próprio demônio, que se rebelou contra Deus justamente por Ele ter criado um ser material dotado de liberdade: nós.

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