Chamar Deus de “você” é muita intimidade?
Essa é uma pergunta que pode parecer simples, mas carrega consigo uma reflexão profunda sobre reverência, linguagem e a maneira como nos relacionamos com o Criador.
Não se trata de religiosidade nem de impor uma regra. Trata-se de um posicionamento de respeito. Eu, particularmente, não me sinto confortável em chamar Deus de “você”. Não porque ache que quem o faz está necessariamente errado, mas porque vejo nisso uma certa irreverência — e ser irreverente não é virtude. Na verdade, tornou-se comum nos nossos dias ver a irreverência como algo "legal", como sinal de autenticidade ou liberdade, mas eu prefiro trilhar o caminho da reverência: o de quem reconhece com humildade a majestade de Deus.
Assim como demonstramos respeito ao nos dirigir a autoridades, a pessoas mais velhas, a nossos pais ou até mesmo ao falar em ambientes formais como um tribunal, nossa linguagem revela muito sobre nossa postura interior. Se temos essa preocupação em situações humanas, quanto mais ao nos dirigir Àquele que é o Senhor do Universo, o Rei dos reis, o Pai Celestial.
Sim, Deus é próximo. É amoroso. Ele nos conhece por completo e entende o nosso jeito, nossas intenções e o nosso coração. Mas isso não anula a importância de falarmos com Ele com respeito e reverência. Nossa intimidade com Deus não precisa ser marcada por uma informalidade que o rebaixe ao nível de um colega. Intimidade verdadeira com Deus é construída na base do amor, sim, mas também do temor e da honra. Por isso, prefiro me dirigir a Ele como "Senhor" — mas nunca como “você”, pois sinto que essa forma fere o lugar de exaltação que Ele ocupa na minha vida.
Na Bíblia, não encontramos exemplos de homens de Deus tratando o Senhor com essa informalidade. Moisés, Abraão, Davi — nenhum deles usou uma linguagem tão casual. Até mesmo Jesus, em sua relação íntima com o Pai, o chamava assim: Pai. Isso não é coincidência. É uma demonstração de reverência que atravessa o tempo e as culturas.
Não creio que haja uma regra fixa sobre isso, mas acredito que a maneira como falamos com Deus deve ser condizente com o nosso idioma e nossa cultura, sempre com um espírito de reverência. Se alguém deseja expressar intimidade com o Criador, há muitas formas mais apropriadas e respeitosas de fazer isso. Afinal, nosso modo de falar reflete o modo como pensamos e sentimos.
Por isso, não é apenas uma questão de palavra, mas de postura diante do Eterno. E a minha escolha, diante d’Ele, é pela reverência.
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