Teríamos Pecado se Pudéssemos ver o Futuro?

 


E se Deus tivesse nos criado podendo prever o futuro?

Se Deus é presciente (consegue ver o futuro como o presente), por que Ele não nos deu essa capacidade? Isso não evitaria a queda do homen? Será que isso não teria resolvido todos os problemas do pecado?

Primeiramente, devo dizer que a possibilidade do pecado e do processo humano de conhecimento fazem parte de um plano muito mais glorificante a Deus e muito mais benéfico ao ser humano. Tudo que ocorre tem um motivo prático e necessário para um futuro melhor.

Mas mesmo que pensemos no pecado como um “acidente no percurso”, podemos compreender que de nada adiantaria termos uma presciência.

Prever o futuro nem sempre nos livra de cometer coisas ruins, afinal, mesmo entre os anjos que viviam fora do tempo, foram encontrados alguns que se rebelaram, mesmo conhecendo seu triste fim. No cotidiano, fazemos muitas coisas das quais sabemos o resultado e, mesmo assim, optamos por nossos desejos.

Aquela pessoa que está com o pulmão comprometido e mesmo assim continua abrindo vários maços de cigarro; o homem casado que dorme com uma prostituta mesmo sabendo o mal que causa; o jovem que entra na favela para comprar crack — todos eles sabem o que o futuro lhes reserva. Nenhum deles é ingênuo ou burro; eles apenas não ligam, pois seu ego e prazer têm mais peso de decisão do que o bem.

Aspectos como amor, relacionamentos e relações seriam vistos com temor, já que saberíamos exatamente todas as dificuldades que teríamos durante o processo. Embora pudéssemos prever que algo bom aconteceria no final, dificilmente conseguiríamos sentir a sensação desse prazer, pensando muitas vezes que aquilo não valeria a pena. Isso faria com que não tivéssemos prazer em alguns processos, pois pensaríamos que o futuro não seria tão bom ou que não compensaria.

A pessoa que será punida saberia muito bem sobre sua punição, mas, por ainda não sentir a agonia real desse julgamento, escolheria mesmo assim sentir prazeres imediatos, pois não conhece totalmente quão séria é a dor eterna da condenação.

Inclusive, os próprios prazeres seriam como uma droga que apenas sacia, mas não rende sensações ricas e profundas, afinal, não teríamos a concepção de progresso: tudo já seria esperado e ocorreria no tempo previsto, perdendo assim tudo que conhecemos sobre desenvolvimento.


Palavras-chave:
livre arbítrio, presciência divina, pecado humano, filosofia cristã, destino e livre escolha, conhecimento humano, amor e sofrimento, prazer imediato, consequências do pecado, desenvolvimento espiritual

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