Contra os Acadêmicos
Meus certificados, participações e títulos da vida acadêmica significam que exalto as conquistas científicas e universitárias? Não! Não enxergo diplomas, artigos publicados e demais honras modernas como conhecimento! Faculdades e cursos são interessantes e importantes para capacitação profissional, não para conhecimento e sabedoria.
Ao concluir a universidade e cursos, você prova legalmente, evidenciando que foi aprovado e estudou o que os atuais professores e pesquisadores do mercado de trabalho consideram importante. Aqueles diplomas na parede demonstram que você conhece as teorias, que estudou aqueles temas e que poderá desempenhar esse papel comprovadamente. Você foi aprovado no jogo deles, e agora pode refutá-los.
Digo isso porque diplomas e status acadêmicos, em termos de conhecimento, não significam nada, afinal, conhecimento é obtido através de livros, estudo voluntário, experiência autodidata entre outros fatores. Ao concluir e ser avaliado em cursos, você apenas conquista legalmente o reconhecimento para se tornar um desses professores ou intelectuais — e desbancar as antigas bobagens que estudou e que esses professores estabeleceram.
Digo essas coisas porque sei que nosso sistema de estudo é ruim, nossos sistemas de avaliação não são baseados em competências aprendidas, mas em horas e metas cumpridas. Muitos podem se formar apenas cumprindo o necessário, sem desenvolver capacidades reais.
Percebo pela experiência que esses cursos apresentam ideias perigosas para alunos despreparados. Fiz diversos cursos, e agradeço a Deus por ter estudado muito antes deles, pois nesses cursos são apresentados conteúdos que, em sua maioria, são incoerentes, contestáveis, heréticos e infundados, apenas para "fazer os alunos pensarem e formarem seu próprio raciocínio".
O problema é que alunos que buscam na formação universitária justamente se capacitar não sabem se defender nem argumentar contra essa enxurrada de bobeiras. Afinal, como irão formar o próprio raciocínio se os únicos autores apresentados defendem as mesmas teses? Para refutar essas filosofias, precisariam gastar o mesmo tempo estudando autores contrários.
Alunos então terminam um curso acreditando, por exemplo, que marxismo pode se envolver com Cristianismo, pois existem leituras assim. Outros acreditam que apócrifos são "evangelhos perdidos", tudo porque os professores lançam informações para serem debatidas em poucas horas de aula — temas que precisariam de muito tempo de estudo para se discernir.
Esses alunos confiam que aquilo é consenso, afinal, os professores defendem esse tipo de ensino, pois afirmam que "não devem apresentar o que é correto, mas dar as informações cruas e deixar que os alunos estruturem sua própria leitura". O problema é que a verdade não é relativa! Você não pode esperar que a síntese de dois mil anos de debate acadêmico e filosófico seja o que jovens irão concluir com quatro anos de estudo...
A Igreja levou anos debatendo e argumentando sobre questões laterais da fé, e hoje, em um curso de teologia, apresentam diversos pensamentos sem fundamentação, para que alunos formem opiniões praticamente do zero diante dessas heresias.
É por isso que muito do debate atual, por esquecimento, volta a questionar questões que foram resolvidas há séculos! Sempre estamos começando de pontos anteriores, com a desculpa de que estão "formando a própria interpretação".
A faculdade peca por apresentar linhas de interpretação limitadas, por ter currículos comuns e preconceitos que impedem que outras linhas sejam estudadas. Esses alunos se formam estudando sempre os mesmos nomes e a mesma linha — e no final acreditam que são intelectuais porque pensam igual a seus professores.
Para conhecimento, não precisamos de universidades. Precisamos estudar. A academia é necessária para comprovar que estudamos o mínimo exigido para o debate público e qualificar nosso currículo. Por isso temos tantos profissionais formados exercendo trabalhos horríveis, pois acreditaram que seus diplomas iriam automaticamente torná-los sábios e autoridades.
Afinal, de que adianta ter diplomas de diversas matérias erradas e incoerentes? Você só será um reprodutor de bobagens! Mas, se você já tem um conhecimento externo, eles servirão para fundamentar suas críticas e entender as falhas nas diversas linhas científicas. Você terá propriedade para argumentar contra elas.
O aluno que fica dependente desse sistema se torna acomodado, que não sabe aprender sozinho. Ele precisa sempre de um curso, apenas estuda o que é ensinado pelos professores, e esse ciclo se repete. Embora digam que os alunos são estimulados a buscar material complementar, na prática isso não ocorre.
A maioria busca apenas o mínimo necessário, acreditando que aquilo é suficiente. Afinal, nossa cultura considera alguém com diploma capaz, mas alguém com conhecimento sem diploma é visto como inadequado. Essa mentira cultural faz muitos ignorantes se gabarem de serem engenheiros ou médicos, mas no fundo apenas sobreviveram a um sistema educacional falido.
Como diz uma brincadeira: "O homem nasce bom, mas a norma o corrompe." Antigamente existiam mais filósofos — mesmo sem estarem tão "preparados" — porque não tinham que colocar suas opiniões dentro de normas da ABNT só para expressá-las.
Hoje, os jovens são estimulados a estudar apenas o que "vai cair na prova". Não somos treinados para aprender, debater e pensar — somos treinados para cumprir metas de uma só linha. Afinal, para que estudar um tema que pode desagradar seu avaliador e causar um "suicídio acadêmico"?
Por isso, alunos saem das universidades com lavagem cerebral, acreditando que a verdade é aquilo que foi ensinado. E se alguém com conhecimento fala contra o argumento de autoridade, logo aparece a multidão dizendo: "Os profissionais e acadêmicos da área têm consenso contrário..."
É claro que têm! O sistema é feito para isso: só se forma quem pensa como eles. Você não precisa saber, apenas reproduzir o que lhe foi ensinado.
Diplomas demonstram que você sabe o que lhe falaram, mas não que você conhece a verdade. São importantes como credenciais, mas não como provas de conhecimento. A academia serve como troféu: você enfrentou aquilo, conhece o sistema, e agora pode criticá-lo com propriedade.
Mestrado, doutorado, faculdade — um mal necessário para quem quer seguir na academia.
Ao meu ver, devemos ler o resultado de anos de estudo, sintetizar, analisar argumentos, e então estudar a fundamentação, não consumir informações cruas.
"Ah, mas o aluno precisa estudar fora da faculdade para complementar!"
Então, por que fazê-la? A faculdade serve apenas para avaliar e certificar — nada mais do que uma impressora de diplomas.
Não levo a sério a maioria dos cursos, e é preocupante ver que tantos formados não percebem a debilidade do ensino. Anos de aprendizado passados de geração em geração agora são substituídos por professores que mal atuam na área, ensinando visões fechadas, formando apenas clones acadêmicos.
As universidades não priorizam mais formar intelectuais, apenas se importam em formar profissionais que mostrem diplomas para agradar suas famílias e exercer funções econômicas.
“A você não é filósofo porque não tem diploma.” — Isso é o que a cultura atual prega, onde o diploma vale mais que conhecimento e competência. De nada adianta ser um grande humano, profissional ou intelectual se não tiver diploma.
Pergunto:
Um gamer precisa de diploma de Street Fighter?
Beethoven precisou de diploma para ser músico?
Pelé apresentou diploma para jogar futebol?
A maioria dos grandes empresários nem ensino médio tinha.
Filósofo é quem produz filosofia. Teólogo é quem produz teologia. Administrador é quem administra empresas. O resto é lobby.
Escolas viraram negócios. Burocratizaram tanto a educação que os alunos só se preocupam com normas, citações e formatação, esquecendo-se do conteúdo.
É insuportável ler a maioria dos TCCs: ninguém afirma nada, não se teoriza, não se apresenta novos paradigmas. Trabalhos de 100 páginas têm 70 páginas apenas de citações! Formam alunos que fingem estudar só para cumprir metodologias e reproduzir o que querem ouvir.
Esses alunos que fingem que estudam serão os que julgarão processos, remediarão doentes e ensinarão outros.
Por isso, uma mãe que educa seus três filhos faz mais pela nação do que mil analistas políticos. Formar discernimento, retórica e lógica em pessoas apaixonadas pela verdade vale mais do que qualquer diploma.
Reconheço que algumas profissões, como cirurgiões e engenheiros, precisam sim de organização e avaliação séria. Mas na maioria das áreas, o que faz um bom profissional não é a escola que o pai dele pagou, mas o quanto ele domina seu ofício.
A maioria dos professores não ama mais o conhecimento, ama apenas sua estabilidade profissional.
Eu não sou contra a educação. Sou contra o que ela se tornou.
Muitos se decepcionam achando que diplomas trariam riqueza e status, mas não percebem que até mesmo títulos como o de medicina têm um status artificial.
O reconhecimento não vem do diploma em si, mas do retorno financeiro e do mercado. A sociedade paga por resultados, não pela sua formação.
Seu diploma não te torna virtuoso. Ele é apenas uma burocracia.
Palavras-chave:
contra a academia, crítica à universidade, diplomas e conhecimento, educação falida, crítica ao ensino superior, valor do autodidatismo, problemas da formação acadêmica, sistema educacional falido, filosofia e autodidatismo, formação verdadeira
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