Crentes que casam para fazer sexo
Uma das críticas preferidas da sociedade pós-moderna à igreja cristã é: “Conheço muitos colegas que se casaram apenas para fazer sexo, e agora vivem casamentos tristes ou até separados. Casaram cedo, sem necessidade, quando poderiam simplesmente ter transado.” Essa acusação, repetida com tom de deboche, é feita como se a igreja defendesse o casamento apenas como um meio de liberar o sexo, o que está longe da verdade — especialmente da verdade bíblica.
Na maioria dos casos, não é isso que a igreja ensina. O que se orienta é que os jovens aguardem o casamento para se unirem sexualmente, e que, se há esse desejo, então que o casamento seja considerado com seriedade. Mas o que acaba acontecendo, em muitos casos, é uma deturpação dessa orientação. Famílias e os próprios jovens acabam enxergando esse ensino como uma autorização para pular etapas importantes do noivado, apressando o casamento não por convicção, mas por desejo carnal. O foco deixa de ser o compromisso, a maturidade e a compatibilidade, e passa a ser a urgência de suprir uma vontade do corpo — e isso, sim, é um erro.
Casar-se apenas para fazer sexo é um erro, mas o erro maior é casar-se sem maturidade — e isso nada tem a ver com idade. Existem jovens maduros e adultos completamente despreparados. Cada pessoa tem seu tempo e seu chamado, e é preciso entender que pular etapas fundamentais, ignorar conselhos, desprezar o conhecimento da Palavra e se entregar apenas ao desejo carnal traz consequências. E quando os problemas aparecem, não se pode culpar os valores da fé.
O fato de uma pessoa ter traído, abandonado ou fracassado no casamento não significa que o princípio bíblico de guardar-se até o casamento seja errado. O erro esteve na motivação, na condução, no discernimento. A falha do indivíduo não invalida o princípio. É absurdo pensar que só porque alguém usou mal uma orientação, então ela deve ser descartada.
Mais grave ainda é a conclusão daqueles que, ao presenciarem casamentos frustrados entre crentes, defendem como alternativa o sexo sem compromisso. Como se isso trouxesse mais segurança emocional, mais estabilidade ou mais responsabilidade. Será mesmo que transar sem compromisso é melhor do que se casar com seriedade? Quem defende isso tem dados? Tem estatísticas? Será que os casos de abandono, traição e mães solteiras são mais comuns entre casais cristãos que decidiram esperar, ou entre os que vivem relacionamentos seculares, livres de qualquer base moral?
Sim, existem traições, separações e casamentos fracassados dentro da igreja. Mas a pergunta honesta a se fazer é: em termos proporcionais, esses problemas são mais ou menos comuns entre os que seguem princípios bíblicos e os que os ignoram completamente?
A sociedade gosta de criticar a religião como se ela fosse a origem dos escândalos, quando na verdade é o distanciamento dela que causa a maioria dos problemas. A vida pós-moderna exalta a promiscuidade, o prazer instantâneo, o descompromisso. A música, o cinema, as redes sociais vendem essa ideia de que tudo deve ser feito por impulso, e depois que der errado, sempre haverá outro caminho, outro parceiro, outra distração. É essa mentalidade que apressa casamentos — não a fé, mas a ausência dela.
O raciocínio que culpa a castidade e a moral cristã por casamentos infelizes é tão ilógico quanto dizer que não devemos comprar um carro para não ter problema com a embreagem. Problemas existem em tudo, mas isso não anula a importância da preparação, da prudência, da obediência a valores.
Além disso, não podemos ignorar o quanto essa geração foi moldada por uma mentalidade hipersexualizada, que vê o sexo como centro da vida. Muitos jovens cristãos acabam caindo nessa armadilha, trocando o tempo de amadurecimento por pressa, colocando o desejo na frente do discernimento. E quando isso dá errado, os mesmos que criticam a fé se levantam zombando da queda do “crente”, como se a falha de um invalidasse o evangelho inteiro.
É como um porco rolando na lama que ri da ovelha que tropeçou tentando desviar da sujeira. Mas há também muitas ovelhas que não caíram. Há muitos casamentos cristãos felizes, formados por jovens que guardaram sua pureza até o casamento e que hoje vivem com amor, respeito, cumplicidade e paz. Então o problema não é a castidade, não é se casar cedo, não é o valor cristão. O problema é com quem se casa — e como se casa.
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