Heresia, erro teológico ou seita?


 Heresia, erro teológico ou seita?


Qual é, afinal, a diferença entre um erro teológico, uma heresia e uma seita? Essa distinção é muito importante, especialmente em tempos de tanta confusão doutrinária e polarização entre cristãos. Nem todo desacordo é uma heresia, e nem todo grupo com doutrinas diferentes é uma seita. Mas como saber a diferença?

Comecemos pelo erro teológico. Ele acontece quando há uma interpretação equivocada em algum ponto periférico da fé cristã — algo secundário em relação à essência do evangelho. Um exemplo comum é a discussão sobre quando ocorrerá o arrebatamento: antes, durante ou depois da tribulação. São interpretações divergentes, mas que não tocam no coração do evangelho, nem negam sua mensagem central. São erros, sim, mas não heresias.

Já a heresia vai muito além disso. Ela representa uma distorção grave de um ponto central da fé cristã. É quando se altera a base do evangelho, o alicerce sobre o qual tudo o mais é construído. Exemplos claros de heresia incluem negar a divindade de Cristo, rejeitar a Trindade ou ensinar que a salvação depende das obras humanas e não da graça. São crenças que ferem o núcleo da fé bíblica, e que não podem ser tratadas como meras opiniões divergentes.

Por fim, temos a seita. Esse termo se aplica a grupos que se dizem cristãos, mas que vivem uma fé sustentada por heresias e outras distorções profundas do evangelho. Eles podem até usar a Bíblia, falar em Jesus e parecer cristãos em alguns aspectos, mas no fundo negam as verdades fundamentais do cristianismo. Dois exemplos claros disso são as Testemunhas de Jeová e os Mórmons. Ambos rejeitam pilares essenciais da fé cristã, como a divindade de Cristo e a Trindade, e por isso, mesmo que sejam religiosos, não podem ser considerados parte da igreja verdadeira.

Dito isso, é importante fazer uma observação: nem todo grupo com erros teológicos é uma seita. Um exemplo que sempre me vem à mente é o dos Adventistas do Sétimo Dia. Apesar de terem posições que destoam das igrejas históricas — e de ensinarem erros doutrinários que considero sérios —, eles não negam as doutrinas centrais da fé cristã, como a divindade de Cristo, a salvação pela graça, a mediação única de Jesus e a natureza de Deus. Por isso, embora haja discordâncias importantes com esse grupo, não os considero uma seita, mas sim uma denominação com erros teológicos significativos, dentro de certos limites da ortodoxia.

É preciso equilíbrio, discernimento e amor à verdade. Nem todo erro é heresia. Nem toda discordância exige ruptura. Mas, ao mesmo tempo, não podemos tratar heresias e seitas com neutralidade ou indiferença, como se tudo fosse apenas questão de opinião. É nosso dever, como cristãos, defender a fé verdadeira, com firmeza, mas também com humildade.



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