Homens atuais só querem ser executivos

 


Homens atuais só querem ser executivos


Vivemos uma época em que há uma verdadeira idolatria pela figura do executivo bem-sucedido e rico. Boa parte dos garotos, desde cedo, já sonha em ser milionário. Pessoas gastam anos, até décadas, em busca de status e poder financeiro, como se esse fosse o ponto mais alto que alguém pode atingir na vida. Isso, por si só, já é algo triste. Não por ser errado ter sucesso profissional — de forma alguma. É legítimo buscar crescimento no mercado de trabalho quando se tem os princípios certos no coração. O problema está justamente no motivo pelo qual essa busca tem sido feita: não é para cumprir um propósito, para gerar algo bom, mas apenas para ocupar uma posição de prestígio, para poder dizer “cheguei lá”, mesmo que não haja substância nenhuma por trás disso.

O contraste com o passado é gritante. Antigamente os homens queriam ser heróis. Queriam ser fortes, sábios, inteligentes, honrados, líderes — homens de verdade, com virtudes. Hoje, a ambição se resumiu a ter dinheiro. Não importa mais se o sujeito é ignorante, violento, preconceituoso, trapaceiro ou imoral, desde que ele seja bem-sucedido financeiramente, ele será respeitado. Será admirado. E isso explica por que tantos vídeos circulam nas redes mostrando pessoas humilhando outras de classe social mais baixa. A própria sociedade ensinou que sucesso material é o único valor que importa. Então, qualquer um que o tenha, mesmo que seja vazio, corrompido ou ridículo, é tratado como um vitorioso. Os outros são considerados perdedores.

Essa mentalidade não surgiu do nada. Ela é o produto de um liquidificador filosófico que mistura materialismo (que rejeita qualquer moral absoluta), evolucionismo filosófico (com sua ideia de sobrevivência do mais forte), existencialismo (onde cada um cria seu próprio propósito), e uma série de outros fatores modernos. As redes sociais reforçam isso todos os dias, permitindo comparações constantes e irreais, a publicidade nos bombardeia com ideais de consumo inalcançáveis, e a ostentação visual virou um modo de vida. Somado a isso, o crescimento dos grandes centros urbanos — com seus gigantescos polos empresariais e um estilo de vida tecnocrata — colocou o dinheiro no centro da existência.

Com o fim das grandes guerras e das crises de fome globais, a humanidade passou a mirar nos astros da televisão, da música, da moda, criando novos padrões inalcançáveis baseados em luxo e status. Ser alguém, para essa nova geração, passou a significar apenas uma coisa: alcançar aquilo que poucos têm. Tornar-se objeto de inveja virou objetivo de vida.

Mas é urgente resgatar outro caminho. Nossos jovens precisam voltar os olhos para o que realmente importa. Precisamos de homens de verdade — homens de Deus, que sejam bons pais, bons maridos, trabalhadores que cuidem dos seus e que levem a Palavra de Deus onde forem. Precisamos de mulheres sábias, que edifiquem seus lares, que se importem com a sociedade, que estejam dispostas a sacrificar seus próprios interesses em nome da família. Precisamos de jovens que queiram ser pensadores, criadores, servos, líderes de verdade — não apenas consumidores obcecados em causar inveja aos outros.

Só esses valores constroem uma sociedade forte. Essa idolatria moderna por riqueza e sucesso vazio só gera gente egoísta, ignorante, orgulhosa, fútil, infantilizada e incapaz de pensar com profundidade. E isso é trágico.

Assim como no clássico O Médico e o Monstro, em que o respeitável Dr. Jekyll, movido por desejos de sucesso, liberdade e satisfação pessoal, acaba libertando em si a figura monstruosa de Hyde, muitos homens hoje, na ânsia de se tornarem ícones de poder e prestígio, se transformam em versões distorcidas de si mesmos. O que começa como ambição por reconhecimento profissional vai, pouco a pouco, apagando a sensibilidade, a ética e o compromisso com o bem comum, dando lugar a uma criatura egoísta, orgulhosa e vazia — socialmente premiada, mas moralmente corrompida.

Sim, é claro que o mercado, as empresas e o empreendedorismo são importantes — mas como ferramentas, não como deuses. O problema nunca foi o sucesso em si, mas o coração que se curva diante dele. Quando o “ser alguém” deixa de significar caráter e passa a significar apenas patrimônio, estamos falhando como sociedade.


Palavras-chave: masculinidade cristã, idolatria ao sucesso, jovens e propósito, cultura materialista, valores familiares, homens de Deus, crítica ao empreendedorismo vazio, ostentação moderna, educação de filhos, virtudes cristãs, sociedade tecnocrata, homens e mulheres de valor

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