Menos Religião e Mais Escolas? A Realidade é Bem Diferente
Frequentemente ouvimos frases como "menos religião e mais escolas", como se a religião fosse uma inimiga da educação e do progresso. Essa ideia se espalhou, muitas vezes, sem a devida reflexão ou conhecimento histórico. Mas será mesmo que a religião atrasa a educação? Os fatos contam outra história.
Atualmente, só a Igreja Católica administra cerca de 70 mil escolas maternais, 90 mil escolas primárias e mais de 40 mil instituições de ensino superior ao redor do mundo. Além disso, mantém orfanatos, hospitais, programas de assistência social, contribui com doações massivas para vítimas de catástrofes e está presente nas regiões mais pobres e esquecidas, onde muitas vezes nenhum governo ou ONG consegue chegar.
A verdade é que grande parte da ciência moderna nasceu dentro das paredes de instituições cristãs. As primeiras universidades — como Bolonha, Oxford, Paris e Salamanca — foram fundadas por cristãos. As bases do método científico foram desenvolvidas por padres, monges e cientistas profundamente religiosos, como Roger Bacon, Nicolau Steno e Gregor Mendel, o pai da genética.
Além disso, é impossível ignorar o impacto social e cultural da Igreja ao longo da história. Foi a moral cristã que, gradualmente, contribuiu para o fim da escravidão, contrariando um sistema que era socialmente aceito em praticamente todas as culturas anteriores. O cristianismo também foi essencial para o enfraquecimento do casamento arranjado como prática social obrigatória, promovendo a ideia revolucionária — para sua época — de que o matrimônio deveria ser baseado no consentimento e no amor entre as partes.
Enquanto isso, o que o ateísmo organizado tem produzido? Essa não é uma provocação gratuita, é uma pergunta honesta. Onde estão as escolas, os hospitais, as obras de caridade mantidas e financiadas pelo ateísmo? O que o ateísmo, como movimento, tem feito pelos órfãos, pelos pobres e pelos marginalizados? É claro que existem ateus que individualmente fazem o bem, e ninguém está questionando isso. Mas como proposta de mundo, o ateísmo não criou estruturas solidárias, não construiu universidades com esse propósito humanitário, e não foi responsável por grandes movimentos sociais de socorro ou educação. A crítica é válida: não basta apenas questionar a religião, é necessário também construir algo melhor — e isso, até hoje, não aconteceu.
A frase "menos religião e mais escolas" desconsidera que, na prática, foram as instituições religiosas que mais contribuíram para o surgimento das escolas. Quando o mundo ainda estava envolto em analfabetismo e miséria, foram os monges e missionários que carregaram livros, preservaram o conhecimento e ensinaram as crianças. Quando os governos falharam ou nem sequer existiam, foram as igrejas que construíram escolas e hospitais. E ainda hoje, em muitas regiões do mundo, a única escola acessível à população pobre é uma escola religiosa.
Portanto, antes de repetir slogans prontos, vale a pena se perguntar: quem realmente tem feito mais pela educação? Quem está construindo escolas de verdade e não apenas discursos?
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