Por Que Estudar, Afinal, Se Um Adolescente Fica Rico com TikTok?
Essa é uma pergunta que arde na cabeça de muitos pais e jovens nos dias de hoje. Com a ascensão meteórica das redes sociais, a visão de um adolescente que, de repente, está faturando milhões com dancinhas ou vídeos de humor no TikTok é uma realidade sedutora. E, sejamos francos, isso faz o longo caminho da educação formal parecer, para muitos, totalmente obsoleto. Por que passar anos em livros, provas e estágios se a riqueza pode bater à porta com um único viral?
A questão, porém, não está em ser rico ou não ser rico, mas sim em como se ganha esse dinheiro e, principalmente, em como escolhemos guiar nossa vida. A forma como construímos nossa trajetória e as ferramentas que usamos para isso são infinitamente mais valiosas e sustentáveis do que o saldo bancário instantâneo.
Essa mentalidade puramente pragmática, que só enxerga o resultado imediato e financeiro, o famoso "o que importa é o dinheiro na conta, não o caminho", é o que, na minha visão, tem guiado o mundo para um futuro que não é nada promissor. Estamos pavimentando o caminho para uma sociedade futura (e, infelizmente, bem breve) que será extremamente avançada em tecnologia e cheia de bugigangas brilhantes, mas, ao mesmo tempo, profundamente burra, violenta, invejosa e idiotizada. O que estamos construindo é a famosa "idiocracia" que tanto tememos, onde o conhecimento e a profundidade são trocados pela superficialidade viral e pela validação instantânea.
Entenda o seguinte: vivemos em um mundo decaído, e nosso sistema atual, impulsionado pelo materialismo, valoriza acima de tudo aquilo que gera capital. O grande problema, no entanto, é que nem sempre o que gera capital é algo positivo ou edificante. Observe a lógica perversa do mercado: se a maioria das pessoas está cada vez mais desorientada, imoral e disposta a consumir conteúdo vazio, é completamente previsível que quanto mais você for um produtor eficiente de imoralidade e idiotice, mais você ganhe. É uma equação simples: quanto maior a sua capacidade de "alimentar porcos" com o que eles querem consumir, independentemente da qualidade ou da ética, maior será seu retorno financeiro. É por essa razão profunda que não se deve jamais valorizar alguém apenas pela quantidade de dinheiro que essa pessoa acumula.
O estudo, a busca pelo conhecimento e a formação de um pensamento crítico não são apenas sobre conseguir um emprego; eles são sobre construir a estrutura interna que permite a você decidir o que fazer com a riqueza, entender o mundo à sua volta e resistir à maré de superficialidade. A riqueza que vem sem a base do conhecimento é tão efêmera quanto o próximo trend do TikTok. O estudo é a nossa defesa contra nos tornarmos meros consumidores passivos de uma sociedade focada apenas no clique e no lucro fácil, sem alma e sem propósito.
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