Por que Milagres só são vistos por pessoas das Igrejas?

"Milagres só ocorrem para quem já está dentro da igreja".

Isso simplesmente não é verdade. Eu mesmo, e muitos outros que conheço, nos convertemos justamente a partir de experiências que tivemos quando ainda estávamos fora da igreja. E não estou falando de coisas pequenas ou coincidências comuns, mas de experiências que marcaram profundamente, que quebraram as estruturas, que abriram os olhos de quem nunca havia sequer se interessado por Deus. São encontros reais, são chamados diretos, são milagres que alcançam até mesmo aqueles que ainda estão distantes, que nem sequer sabiam que estavam sendo buscados. A ideia de que milagres só acontecem para os que já estão dentro é limitada, não é coerente nem com a prática, nem com a quantidade de testemunhos que existem mundo afora.

Quando ouvimos a história de conversão de muita gente, percebemos que Deus não espera que a pessoa entre na igreja para então começar a agir. Ele já está atuando no mundo, o tempo todo, nas vidas, nos detalhes, nas situações que ninguém está prestando atenção. É possível encontrar milhares de testemunhos de pessoas que afirmam com todas as letras que tiveram experiências com Deus quando ainda eram descrentes, quando ainda zombavam, quando ainda rejeitavam a fé. E o mais interessante: algumas dessas pessoas se converteram a partir dessas experiências, mas outras simplesmente escolheram não se render, mesmo tendo visto ou vivido algo sobrenatural. Existem inclusive relatos de pessoas que permaneceram incrédulas mesmo depois de experiências que claramente fugiam da lógica natural. Isso mostra que milagres não são garantias de fé — são oportunidades. São convites de Deus, são demonstrações da Sua graça, mas não necessariamente forçam ninguém a crer.

O fato é que Deus age fora das nossas cercas. Ele não está limitado às paredes da igreja, nem ao ambiente onde achamos que Ele deveria operar. Ele se manifesta onde quer, quando quer, e da forma que Ele decide. É claro que a igreja é um lugar precioso, onde há comunhão, aprendizado e crescimento, mas o Deus que realiza milagres não está preso a quatro paredes. Ele alcança quem está longe, quem está perdido, quem não entende nada e, às vezes, quem nem está procurando. A graça pode surpreender no lugar mais improvável. Os milagres podem acontecer no caminho, na dúvida, no fundo do poço ou na mais completa ignorância espiritual. Isso não é teoria, isso é realidade. E quem já ouviu os testemunhos, quem já conversou com pessoas que viveram isso, sabe bem do que estou falando.

Para muitos críticos, parece que milagres e maravilhas só acontecem para os crentes, como se fosse algo restrito a um grupo de pessoas já "manipuladas" ou "psicologicamente sugestionáveis". Na visão deles, esses eventos só ocorrem para quem já acredita, como se fossem frutos da imaginação ou da necessidade emocional dessas pessoas. Mas a ironia é que, muitas vezes, os milagres justamente acontecem com quem não cria, e o que os críticos não percebem é que, quando Deus fala com um incrédulo, esse incrédulo geralmente deixa de ser incrédulo. É como aquela pergunta: "Por que Deus não fala com os que não creem?" A resposta pode ser mais simples do que parece: quando Deus fala com eles, eles deixam de ser descrentes. O que acontece é que, para reconhecer a voz de alguém, você precisa ter intimidade com essa pessoa. É como receber um trote telefônico: você só sabe que é um trote se já tiver falado com a pessoa de verdade antes. Você só reconhece um inseto raro no jardim se você souber quem ele é. Se eu te mandar procurar berílio ou tungstênio na natureza, você pode passar por eles várias vezes e nunca perceber, simplesmente porque você não sabe como eles são, você não sabe o que está procurando. Da mesma forma, muitos não percebem quando Deus age porque não sabem como Deus age. O reconhecimento vem da proximidade, da familiaridade, de conhecer o caráter de quem está falando. Quem não conhece, não reconhece. Por isso, muitas vezes Deus está agindo, está falando, está chamando — e mesmo assim, alguns continuam sem perceber. E quando percebem, o mais comum é que nunca mais sejam os mesmos.

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