The Spiritual World of Ancient Israel and Greece - Capítulo 4 -
Deuses Gregos no Novo Testamento
Não
é surpresa que ainda existam reflexos da influência espiritual
grega até os dias de hoje. Claro, o Novo Testamento fala de
subverter essas influências com o poder do Evangelho. Então vamos
dar uma olhada em alguns desses vestígios que permaneceram do
terceiro reino de Daniel, o reino dos gregos.
Logos
O Evangelho de João se inicia com uma das declarações mais densas e profundas de toda a teologia cristã:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
(João 1:1–3)
A palavra traduzida como "Verbo" nesse trecho é o termo grego Logos — e ela possui um significado muito mais amplo do que seu uso moderno, que costuma se restringir a “palavra” no sentido linguístico. João está fazendo aqui algo ousado e estratégico: ele está tomando um conceito central da filosofia grega e reinterpretando-o à luz da revelação cristã.
No mundo antigo, todas as visões de mundo estavam enraizadas em alguma forma de espiritualidade ou crença religiosa. Ainda que existissem céticos, era comum até os descrentes se moverem dentro desses sistemas culturais. Com a ascensão do pensamento grego, especialmente durante e após os séculos de Sócrates, Platão e Aristóteles, o mundo helênico passou a valorizar intensamente a razão, a lógica e a busca por leis universais que explicassem o funcionamento do cosmos.
Foi nesse contexto que Heráclito, um dos primeiros filósofos gregos, usou o termo Logos para se referir a uma espécie de estrutura racional subjacente ao universo. Para ele, o Logos era o princípio ordenador, a razão pela qual todas as coisas fluem com coerência — embora ainda envolto em mistério e com implicações quase divinas.
Mais adiante, durante a era helenística, o pensamento filosófico se diversificou em escolas como o Epicurismo e o Estoicismo. Os estoicos, por sua vez, levaram a ideia de Logos ainda mais longe: viam nele a razão universal, o destino inevitável que regia todas as coisas. Para eles, Logos era também identificado com o próprio Zeus, não no sentido tradicional mitológico, mas como uma força racional, impessoal e presente em toda a natureza. Era uma divindade filosófica, desprovida de personalidade — quase um sinônimo de ordem natural inevitável.
Contudo, essa abordagem continha uma tensão: embora rejeitassem a ideia de um deus pessoal e transcendente, os próprios estoicos não conseguiam abandonar completamente a linguagem religiosa. Chamavam Logos de “Deus” ou “Zeus”, pois a regularidade do cosmos ainda exigia uma causa ordenadora — mesmo que impessoal. Afinal, se tudo fosse meramente aleatório, não haveria verdadeira ordem nem sentido. A legalidade da natureza pressupõe uma origem racional, algo ou alguém acima do próprio caos.
É exatamente sobre essa tensão que João escreve. Quando ele declara que o Logos se fez carne (João 1:14), ele não apenas dialoga com o pensamento grego — ele o subverte completamente. O Logos que os gregos buscavam na razão abstrata, João identifica como uma Pessoa real, divina, que entrou na história: Jesus Cristo. Aquilo que os estoicos viam como uma força fria e inevitável, o cristianismo apresenta como um Deus amoroso e pessoal, que não apenas criou todas as coisas, mas se encarnou para redimir o mundo.
O apóstolo Paulo também seguiu essa mesma estratégia ao pregar no Areópago, em Atenas (Atos 17). Lá, diante dos filósofos, ele cita poetas estoicos como Arato e Cleantes, que haviam identificado Zeus como a fonte da vida: “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos” e “Somos de sua descendência” (Atos 17:28). Paulo usa essas citações como ponto de contato, mas logo as redireciona ao verdadeiro Deus que eles ignoravam — o Deus que não habita em templos feitos por mãos humanas, que estabeleceu limites e épocas para as nações, e que não está longe de nenhum de nós (Atos 17:24–27).
Essa estratégia de Paulo deixa claro que ele não estava validando o panteão grego ou aceitando Zeus como divindade real, mas estava utilizando a linguagem e os conceitos da cultura grega para apresentar a revelação de Jesus Cristo. O mesmo se aplica ao Logos de João: ele aproveita a busca grega por sentido e transcendência para revelar que a verdadeira resposta não é uma força impessoal, mas o próprio Deus encarnado.
Logo após afirmar que o Logos criou todas as coisas, João diz:
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
(João 1:14)
Isso era ofensivo aos gregos. Para eles, um Deus que se tornasse carne era impensável. Era repulsivo à sua filosofia. Como poderia o Logos eterno, impessoal, puro, se rebaixar à carne humana, corruptível? Era escândalo tanto para o judeu quanto para o grego.
Mas Paulo insiste: esse mesmo Deus, que eles adoravam sem conhecer, designou um homem (Jesus) para julgar o mundo, provando isso ao ressuscitá-lo dentre os mortos (Atos 17:31). Novamente, essa era uma ideia inaceitável ao pensamento grego. Como disse o poeta trágico Ésquilo: “não há ressurreição.”
Contudo, o cristianismo nasce justamente desse escândalo: um Deus que se fez homem, morreu e venceu a morte. Em contraste com o Logos impessoal dos gregos, o Logos cristão vive, fala, ensina, ama e redime. Ele não é uma mera força do destino: Ele é o Filho eterno, que habitou entre nós.
Assim, os apóstolos não adaptaram a fé cristã ao pensamento grego — eles desmantelaram o pensamento grego com a verdade do Evangelho. Jesus, o Logos eterno, não é uma abstração filosófica, mas a plenitude de Deus em forma humana, triunfando sobre os ídolos, os conceitos falhos e as filosofias que substituíam o verdadeiro Criador.
Ártemis
e o Espírito de Píton: o conflito entre o Evangelho e os falsos
deuses
Em Atos 19:21–41, Lucas narra a forte oposição que Paulo enfrentou ao pregar o Evangelho em Éfeso, cidade profundamente devota à deusa grega Ártemis. Havia ali um dos maiores templos da antiguidade, dedicado a ela, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo. Ártemis era cultuada como deusa da fertilidade, do parto e da vida selvagem. Estava estreitamente associada à figura de Cibele, sendo considerada a deusa-mãe da Ásia Menor e ligada também à mitologia das guerreiras amazonas.
A venda de imagens e ídolos da deusa gerava lucros significativos. Quando Paulo começou a pregar que “essas coisas feitas por mãos humanas não são deuses” (Atos 19:26), ele afetou diretamente essa economia idólatra. Um artífice chamado Demétrio alertou a população de que a pregação cristã poderia descreditar Ártemis e causar o colapso do culto à deusa (Atos 19:27). Isso desencadeou um tumulto, com a multidão clamando: “Grande é Ártemis dos Efésios!” (Atos 19:28, 34). O caos só foi contido quando um escrivão da cidade usou argumentos legais para dissipar a multidão, sugerindo que, se havia queixas, fossem tratadas por vias judiciais.
Apesar de o texto não descrever uma batalha espiritual direta, o episódio deixa claro que a idolatria e a oposição ao Evangelho estavam profundamente enraizadas na cultura local — tanto por motivos espirituais quanto econômicos.
O Espírito de Píton: possessão e adivinhação demoníaca
Outro episódio relevante ocorre em Atos 16:16–24, na cidade de Filipos, na Macedônia. Paulo, Silas e Lucas encontraram uma jovem escravizada que possuía um “espírito de adivinhação” — literalmente, um espírito de píton — e que dava lucro aos seus donos através de suas previsões.
“Ela seguia Paulo e a nós, gritando: ‘Estes homens são servos do Deus Altíssimo, que vos anunciam o caminho da salvação.’ E isso ela fez por muitos dias. Paulo, já bastante incomodado, voltou-se e disse ao espírito: ‘Eu te ordeno, em nome de Jesus Cristo, que saias dela.’ E ele saiu na mesma hora.” (Atos 16:17–18)
Nesse contexto, o termo “espírito de píton” remete diretamente ao culto grego de Apolo e ao famoso oráculo de Delfos, onde uma serpente chamada Píton era, segundo a mitologia, o guardião original do templo. Apolo teria matado essa serpente e assumido o controle do santuário, tornando-se o deus patrono do oráculo.
Segundo Clinton Arnold:
“Durante a era greco-romana, pessoas de toda a região do Mediterrâneo vinham consultar as sacerdotisas de Apolo (as pythia). Elas desciam até uma gruta no templo, onde buscavam inspiração permitindo ser possuídas por um espírito, e então pronunciavam as mensagens do deus em discursos extáticos, geralmente incompreensíveis, que depois eram interpretados como versos.”
Outro elemento curioso mencionado por fontes antigas é o uso de substâncias químicas e vapores no templo. As sacerdotisas se sentavam em cadeiras sobre fissuras naturais da terra, de onde subiam vapores — provavelmente gases vulcânicos — que as colocavam em um estado alterado de consciência, o que hoje poderia ser interpretado como uma forma de transe induzido por drogas. Investigações arqueológicas recentes encontraram evidências de hidrocarbonetos no solo da região, o que dá suporte à hipótese de intoxicação espiritual por meio de gases naturais.
Na Bíblia, a palavra grega para feitiçaria é pharmakeia, origem da palavra moderna farmácia. Isso não significa que todos os medicamentos são condenáveis, mas aponta para um uso espiritual e ritualístico de substâncias que serviam como portais para o contato com espíritos malignos.
Felizmente, o poder do nome de Jesus Cristo libertou a jovem escrava imediatamente. Porém, a libertação espiritual dela resultou em mais um conflito: os donos da moça, ao perderem seu lucro, incitaram a população contra Paulo e Silas. Eles foram espancados, presos e acorrentados — mais uma demonstração de que o avanço do Reino de Deus ameaça diretamente os poderes espirituais e econômicos por trás da idolatria.
Deuses como Demônios: A Realidade Espiritual por Trás da Idolatria
Nos capítulos 8 e 10 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo aborda um dilema central para a igreja em Corinto: é lícito comer alimentos sacrificados a ídolos? Naquele contexto cultural, era comum que mercados e casas servissem alimentos previamente oferecidos a deuses. Alguns cristãos temiam que consumir tais alimentos fosse infidelidade a Cristo. Outros, porém, afirmavam que esses deuses não tinham qualquer poder real sobre o alimento, pois Jesus é o Senhor de toda a criação. A tarefa de Paulo era esclarecer a verdade teológica entre essas posições.
Corinto era uma cidade profundamente influenciada pela religião greco-romana. Entre suas principais divindades estavam:
Afrodite, deusa do amor e da beleza, cujo templo incluía práticas de prostituição cultual.
Apolo, com um templo na ágora.
Posêidon, honrado como deus do mar.
Deméter e Perséfone, cultuadas por meio de ritos misteriosos ligados à colheita.
Dionísio, celebrado em festivais dedicados ao vinho, fertilidade e festa.
O ambiente estava saturado de cultos idolátricos. Não surpreende, então, que surgissem dúvidas entre os cristãos recém-convertidos quanto à participação, ainda que indireta, nesses cultos.
Paulo responde:
1 Coríntios 8:4–6
“Sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus senão um só. Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu, quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia, para nós há um só Deus, o Pai...”
1 Coríntios 10:18–21
“O que os gentios sacrificam, é a demônios que o sacrificam, e não a Deus. E eu não quero que vos torneis participantes com demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios...”
Alguns argumentam, com base em 1 Coríntios 8, que Paulo está negando a existência de outros deuses, que eles seriam apenas ficções humanas. Mas uma leitura mais cuidadosa revela o contrário.
“Muitos deuses e muitos senhores” – Quem são eles?
No contexto da cosmovisão bíblica, há uma categoria de seres espirituais reais chamados de “deuses” (em hebraico elohim, em grego theoi). Não se trata de criadores eternos como Yahweh, mas de membros da hoste celestial, seres espirituais criados por Deus, como os anjos, que em algumas passagens são chamados de deuses (cf. Jó 38:4–7).
Quando Paulo afirma que “o ídolo nada é no mundo”, ele está se referindo ao objeto físico, a estátua, a imagem, a representação esculpida. Ele está negando que haja algum poder ontológico na imagem, não negando que haja algo real por trás dela. Essa é uma distinção fundamental: o ídolo é nada, mas os seres por trás dos ídolos são reais.
Participação com demônios
Paulo é enfático em 1 Coríntios 10 ao dizer que os sacrifícios pagãos são, na verdade, oferecidos a demônios. A palavra grega usada (daimonia) remonta diretamente à tradição do Antigo Testamento, especialmente em Deuteronômio 32, onde Yahweh declara que Israel havia se prostituído com falsos deuses, chamados de demônios:
Deuteronômio 32:17
“Sacrificaram a demônios, que não são Deus, a deuses que não conheciam, novos, que vieram há pouco, diante dos quais seus pais não tremeram.”
Esse tema é reforçado por outros textos veterotestamentários:
Levítico 17:7: “Para que não ofereçam mais seus sacrifícios aos demônios em forma de bode (hebraico: seirim).”
Salmo 106:37–38: “Sacrificaram seus filhos e filhas aos demônios…”
Salmo 95:5–6 (LXX): “Todos os deuses das nações são demônios, mas o Senhor fez os céus.”
O termo seirim se refere a seres espirituais retratados como híbridos homem-bode — figuras demoníacas que depois inspiraram até a iconografia do próprio Baphomet na tradição ocultista.
A frase “deuses assim chamados” (1Co 8:5)
Quando Paulo fala que há “muitos deuses assim chamados”, ele não está dizendo que esses deuses são fictícios, mas sim que não têm autoridade para o povo de Deus. Isso fica evidente quando ele afirma logo em seguida: “de fato, há muitos deuses e muitos senhores”. Ele reconhece sua existência, mas os coloca como inferiores e subordinados. A frase é, portanto, uma declaração de valor comparativo, não de inexistência.
O monoteísmo bíblico: Um Deus sobre todos os deuses
O verdadeiro monoteísmo bíblico não nega a existência de outros seres espirituais. Em vez disso, afirma que apenas Yahweh é digno de adoração e que Ele é supremo sobre todos os outros:
“Porque o Senhor é grande e digno de todo louvor; mais temível é Ele do que todos os deuses.”
(Salmo 95:3)
Os demônios, embora reais, não possuem poder ou autoridade sobre os cristãos, pois foram derrotados na cruz. Participar de rituais pagãos ou consumir alimentos sacrificados com espírito de adoração é, sim, participação com demônios. Mas reconhecer que eles existem não é idolatria — é entender o conflito espiritual no qual estamos inseridos.
Zeus
novamente
Atos 14:8–18 relata um episódio notável em Listra, uma colônia romana da Ásia Menor. Após Paulo curar um homem aleijado de nascença, os moradores locais interpretam o milagre como manifestação de divindades. Convencidos de que estavam diante dos deuses gregos Zeus e Hermes em forma humana (v. 11), passaram a adorá-los.
Essa reação não surgiu do nada. Havia entre eles a tradição popular narrada por Ovídio, poeta romano do primeiro século, sobre Zeus e Hermes visitando a Frígia disfarçados de mortais. Segundo a lenda, mil lares recusaram hospedá-los, mas um casal de idosos, Filemon e Baucis, os acolheu com hospitalidade. Os deuses, então, revelaram sua identidade, pouparam o casal de um dilúvio que destruíra o restante da população e transformaram sua casa em um templo de mármore.
Como descreve Clinton Arnold:
“O casal de idosos acolheu os dois visitantes, os alimentou bem e preparou para eles um lugar para descansar. Sem saber que estavam recebendo deuses ‘disfarçados de seres humanos’, o casal acabou descobrindo a identidade de seus visitantes celestiais. Os deuses então levaram Filemon e Baucis até o topo de uma colina e misericordiosamente os pouparam de uma devastadora enchente enviada como julgamento sobre os habitantes inóspitos da região. Sua humilde casa foi milagrosamente transformada em um templo de mármore.”
Com esse pano de fundo cultural, é compreensível que o sacerdote local de Zeus tenha corrido para oferecer sacrifícios a Paulo e Barnabé. Mesmo diante das tentativas dos apóstolos de explicar que eram apenas homens e que deviam abandonar os ídolos para adorar o Deus vivo (v. 15), a ilusão era tão enraizada no imaginário do povo que mal conseguiram impedir a adoração (v. 18).
Esse episódio, embora não contenha elementos sobrenaturais diretos, revela o quanto a figura de Zeus ainda era uma fortaleza espiritual no mundo greco-romano, mesmo com a propagação do evangelho.
Existe, porém, um versículo bíblico em que Zeus é evocado com um peso mais espiritual e escatológico: Apocalipse 2:13. Nesse texto, Jesus se dirige à igreja de Pérgamo, dizendo:
“Sei onde habitas, onde está o trono de Satanás. Contudo, reténs firmemente o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, que foi morto entre vós, onde Satanás habita.”
(Apocalipse 2:13)
Pérgamo era uma cidade estratégica na Ásia Menor, tanto como centro administrativo do Império Romano quanto como polo religioso. Foi uma das primeiras cidades a erguer um templo ao imperador Augusto, promovendo o culto ao César como divino. O imperador vigente perseguia cristãos, o que levava muitos a associá-lo com Satanás, o grande adversário de Deus.
Mas, como observa o renomado estudioso G.K. Beale:
“A referência ao 'trono de Satanás' também pode ter sido evocada por causa da colina cônica atrás de Pérgamo, onde havia muitos templos, destacando-se o altar semelhante a um trono de Zeus, o qual por si só já seria suficiente para despertar a ideia do trono do diabo.”
Esse trono de Zeus, monumental e imponente, tornou-se tão célebre que sua réplica hoje pode ser vista no Museu de Pérgamo, em Berlim, com frisos em mármore representando a gigantomaquia, a batalha entre deuses olímpicos e gigantes.
No texto original do Apocalipse, a palavra "Satanás" aparece com o artigo definido — "ho satanás" —, ou seja, “o adversário”, oponente direto de Deus. Esse título tanto pode se referir ao César quanto a Zeus. No entanto, a ligação entre Satanás e uma entidade espiritual real é evidenciada pelo próprio João, que descreve Satanás como:
“o grande dragão, a antiga serpente, chamada Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse 12:9).
Aqui, o adversário não é meramente simbólico: ele é um ser espiritual literal, lançado à Terra com seus anjos.
Portanto, quando Jesus diz que “Satanás habita em Pérgamo”, a implicação não é apenas política ou simbólica. Há uma conexão espiritual ontológica entre Zeus e Satanás. O trono de Zeus era, de fato, o trono de Satanás. Não se tratava apenas de uma metáfora, mas de uma realidade espiritual profunda: Zeus personificava o adversário invisível que influenciava e dominava espiritualmente aquela região.

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